sábado, 7 de agosto de 2010

Cadê a Gentileza?

O mundo de hoje parece que esqueceu o que é a gentileza. Um dia desses estava me perguntando: por que o mundo evoluiu e o ser-humano parace que ficou mais rude, menos gentil?

Antigamente, nas décadas e até séculos passados, nós éramos mais educados, mais gentis, menos grosseiros uns com os outros, tinhamos mais respeito ao lidar com nosso semelhante, especialmente se eram mais velhos. Mas então me pergunto: será que pioramos mesmo, ou será que na verdade éramos mais hipócritas, e polidos por dissimulação e não por educação? Será que o problema está no fato de que hoje em dia nós podemos nos mostrar mais sem sermos julgados, e então por isso nos preocupamos menos com a educação, o respeito e até o linguajar ao tratar os outros?

Ou por algum motivo o mundo acabou perdendo as referências de educação, gentileza e boas maneiras? Não sei, só sei que é cada vez mais raro encontrarmos mulheres-damas e homens cavalheiros. Um dia desses até fiquei chocada mesmo com uma cena dentro do Metrô lotado. Entrou uma moça grávida e com um bebê de colo, e um rapaz novo que estava sentado, ao vê-la, imediatamente fechou os olhos e começou a fingir que estava dormindo! E foi uma moça que levantou para dar lugar à ela! Eu achei mesmo absurdo tamanha falta de cavalheirismo e comentei alto, para outros homens ouvirem: "tanto homem sentado, e uma moça que cede o lugar para a grávida!". Na mesma hora um homem que estava do meu lado, em pé, disse: "Que tem demais? Direitos iguais." Eu olhei para ele e só pude fazer uma prece de agradecimento à Deus por ter um esposo cavalheiro.

Direitos iguais entre homem e mulher se transformou em falta de cavalheirismo! Vendo por esse ângulo, talvez fosse melhor antes, quando não tínhamos direito ao mercado de trabalho e nem a votar, porque éramos tratadas com mais delicadeza pelos homens! Será que ele lava, passa, cozinha e cuida dos filhos também, ou os "direitos iguais" é só para justificar o não ceder o lugar para uma grávida com uma criança de colo?

Por esse tipo de cena, que acontece todo o tempo numa cidade como o Rio de Janeiro, é que penso que o mundo parece mesmo virado, e em vez de termos acompanhado o progresso na educação e delicadeza no trato, parece que ficarmos mais grosseiros e mau-educados. Será que nos outros lugares do mundo também é assim?

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mudanças

Muito se fala sobre a metáfora do "homem velho" e do "homem novo", simbolizando nossos renascimentos íntimos. E a verdade é que realmente, durante uma só vida, nós estamos sempre renascendo, estamos sempre deixando o "homem velho" para trás e surgindo renovados. E vamos observando que muitas coisas que pensávamos no passado, mudam complamente à medida que a Vida nos experimenta.

Até nossos gostos pessoais mudam. Passamos a nos vestir diferente, a gostar de músicas diferentes, a ter uma vida diferente no geral. Mas além disso tudo, que na fundo são reflexos, é nosso íntimo que muda. É incontestável que a Vida, quando bem aproveitada (no sentido de aproveitar-se as lições morais, e não no sentido de "curtir"), revela-nos uma Mestra sem igual, e desses novos aprendizados que vamos acumulando diariamente, promove-nos à mudança incessantemente.

Mas isso não é sempre que acontece, pois que há muitos de nós que mudamos o sentido de aproveitamento da Vida, e em vez aproveitarmos as lições morais, corremos a aproveitar os prazeres da matéria, tão efêmeros quanto ilusórios, e agarrando-nos ao comodismo psíquico, acabamos por envelhecer fisicamente, mantendo posturas e emocional de adolescentes, quicá de crianças. E com isso sofremos mais, porque não aprendemos a enfrentar as dificuldades da madureza física, com a sabedoria que a idade proporciona. Os problemas mudam, mas nós não mudamos, e sofremos, tal qual uma criança sofreria para responder uma prova de faculdade.

Por tudo isso creio que as mudanças são muito importantes, e mais importante ainda é estarmos atentos à nós mesmos, sempre em busca do autoconhecimento, para não só identificarmos que mudanças ocorreram conosco, como também para atentarmos se estamos estacionados em algum comportamento mais infantil e imaturo, requerendo reavaliação e aprimoramento.

A Vida no fim é para isso, para começarmos a crescer no ventre materno e não pararmos de crescer e amadurecer nunca.